quinta-feira, 31 de março de 2011

O que você acha de ter um pouco de compaixão para com os desvalidos, loucos e desprezados que perambulam por esta cidade? No centro e na periferia, principalmente, vemos os olhares esfomeados e desesperados, típicos daqueles que perderam tudo ou quase tudo. Então, você teria coragem de colocar um deles dentro de sua Hilux ou de seu Honda e levá-lo a um centro de reabilitação para mendigos ou drogados e assemelhados, e depois ajudá-lo até que ele se recupere e tenha uma chance de cuidar de sua própria vida? Por que não ser mais educado no trânsito ou, pelo menos, mais civilizado, sempre esperando sua vez de entrar ou sair de algum estacionamento, sem nunca fazer cara de assassino ou dizer algum xingamento ao motorista do carro ao lado? E, como extensão do raciocínio, cumprindo rigorosamente as leis de trânsito, não parando na faixa de pedestres, nunca ultrapassando o limite de velocidade nem falando ao celular enquanto dirige? E se você cumprimentasse o seu vizinho, o frentista do posto de gasolina, o vigia da empresa? E se o seu cumprimento também se estendesse ao seu colega de trabalho, à moça do cafezinho, ao funcionário que lhe entrega a senha para uma consulta médica? “Por favor”, “Obrigado”; por que são palavrinhas tão fáceis de serem ditas, mas tão difíceis de serem ouvidas? Por que não usá-las, de agora em diante, para agradecer o favor feito pela atendente da loja, pelo rapaz do supermercado que tão gentilmente pegou um carrinho para você colocar suas compras, pelo funcionário do banco que o atendeu com toda a presteza e simpatia? “Me desculpe”, “ Me perdoe”; mais duas palavrinhas importantíssimas e de fácil articulação, mas de difícil audição. E por que você se recusa a dizê-las nos momentos em que você desconsidera, desrespeita ou ofende alguém? Que sentido há em você fazer parte dessa interminável lista de consumistas compulsivos que infestam este País? Nenhum! Pois comprar é apenas um paliativo, não solução para algum problema. Por isso, por que não usar parte desse dinheiro das compras para ajudar algumas entidades filantrópicas – as sérias, honestas e de nome limpo nessa atividade – que tanto precisam dessa ajuda? E quando será que você – na realidade, todos nós – ficará consciente de que somente ao tomar essas pequenas ou grandes atitudes no seu dia a dia é que este Brasil se tornará realmente um País menos violento e civilizado? / ROGER LAPAN